quarta-feira, 21 de julho de 2010

Namorado...

Ele ri de mim, quando eu estou falando e repetindo as mesmas coisas de antes, de tantas outras falações, mas não me faz calar, ele simplesmente adora ouvir minhas intermináveis lamúrias dengosas. Ele não abre a porta do carro, espera na calçada e me inspeciona dos cabelos aos pés, só no pensamento e cheio de brilho nos olhos, tudo o que eu produzi para ele. Ele me liga, (nem sempre)quando estou no fim da tarde com a cabeça já cansada do trabalho, diz que me ama e que tem uma surpresa para mim; eu já sei que é um beijo, um abraço gostoso quentinho, e um bombom “Sonho de Valsa”, surpresa que nem dez pares de sapato pagariam é meu arrojo para eu findar aquele dia.
Pode ser que um ou outro fim de semana ele queira beber com os amigos, ou assistir os jogos do Botafogo ou Santos - sim, de fato eu odeio – mas quando ele chega me enche de mimos e faz uma carinha de cachorro que caiu da mudança, mesmo sabendo que eu continuo brava, ele faz “graça da comida", e conta os episódios do dia, e ri, e faz mais “graça” e por fim me vence pelo cansaço e começo a sorrir, nesse ponto perdi, eu já não posso voltar atrás, já desculpei sem querer.
Ele me ama olhando nos olhos, nesse instante não sorri, é o instante em que adoro vê-lo de rosto sério, até imagino um lobo mal de cavanhaque rsrsrs...falando de um menino de nariz pontudo igual ao dele e uma menina de olhos e cabelos pretos iguais aos meus.
Não é aquilo que eu queria,mais é tudo o que eu sonhei pra mim!


Um comentário:

  1. Pra você guardei o amor
    Que nunca soube dar
    O amor que tive e vi sem me deixar
    Sentir sem conseguir provar
    Sem entregar
    E repartir

    Pra você guardei o amor
    Que sempre quis mostrar
    O amor que vive em mim vem visitar
    Sorrir, vem colorir solar
    Vem esquentar
    E permitir

    Quem acolher o que ele tem e traz
    Quem entender o que ele diz
    No giz do gesto o jeito pronto
    Do piscar dos cílios
    Que o convite do silêncio
    Exibe em cada olhar

    Pra você guardei o amor
    Que aprendi vendo meus pais
    O amor que tive e recebi
    E hoje posso dar livre e feliz
    Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
    Risca ao levitar

    Vou nascer de novo
    Lápis, edifício, tevere, ponte
    Desenhar no seu quadril
    Meus lábios beijam signos feito sinos
    Trilho a infância, terço o berço
    Do seu lar

    Guardei
    Sem ter porque
    Nem por razão
    Ou coisa outra qualquer
    Além de não saber como fazer
    Pra ter um jeito meu de me mostrar

    Achei
    Vendo em você
    E explicação
    Nenhuma isso requer
    Se o coração bater forte e arder
    No fogo o gelo vai queimar

    ResponderExcluir